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Conectada ao Lago de Itaipu pelo Rio São Francisco Falso, a pequena Diamante do Oeste oferece um roteiro turístico baseado na história do país e dos povos originários – um verdadeiro museu a céu aberto
Diamante do Oeste, situada a 114 km de Foz do Iguaçu, é uma cidade jovem com uma história rica e encantadora. Fundada em 21 de dezembro de 1987 e instalada em 1º de janeiro de 1989, a cidade herdou seu nome dos tropeiros que, fascinados pelas águas cristalinas do rio São Francisco Falso, chamaram o local de Pouso Diamante.
Nos anos 1960, quando era distrito de Matelândia, a economia da região floresceu com a produção de café, hortelã e especialmente do rami, uma planta têxtil que abastecia a indústria de tecidos e cordas. Esse período de prosperidade elevou a população a mais de 12 mil habitantes. No entanto, o fim do ciclo do rami fez com que muitos migrassem, deixando atualmente menos de 5 mil moradores, metade dos quais vive em áreas rurais e se dedica à agricultura familiar, produzindo feijão, soja, milho, mandioca, além de criar suínos e aves e cultivar leite, ovos e mel.
O município também é um centro de diversidade cultural e natural. Abriga as aldeias guarani Tekoha Añetete e Itamarã, onde os visitantes podem vivenciar a cultura indígena e explorar a natureza, incluindo o Saltinho, uma bela cachoeira no Rio São Francisco Falso, ideal para esportes aquáticos. Esse rio conecta Diamante do Oeste ao Lago de Itaipu, na divisa com Santa Helena.
Para os turistas, a cidade ainda carece de estrutura hoteleira. Assim, a recomendação é se hospedar em Santa Helena, a apenas 27 km, após um dia de imersão nas paisagens, história e cultura de Diamante do Oeste.
Como chegar
Você pode escolher entre algumas rotas, dependendo do ponto de partida. A cidade fica a aproximadamente 114 km de Foz, e as principais rotas envolvem estradas bem sinalizadas, passa por áreas rurais e oferece belas paisagens, embora o acesso final seja por estradas menores. O aeroporto mais perto fica em Cascavel, a 90 km de distância.
Embora mais modesta em relação a outras cidades às margens do Lago de Itaipu, a vida náutica em Diamante do Oeste oferece um ponto de conexão com o reservatório: o Rio São Francisco Falso, na divisa com Santa Helena. Esse rio é o único elo direto da cidade com o lago, e nele encontra-se uma rampa, situada a cerca de 20 km do centro, nas proximidades do Monumento Coluna Prestes. É por essa rampa que pescadores e visitantes lançam seus barcos, navegando rio abaixo até o Lago de Itaipu. Apesar de não ter prainha ou parque náutico, Diamante do Oeste atrai os aficionados por pesca e os amantes de passeios tranquilos na água. É um ponto ideal para quem aprecia a natureza e busca explorar o lago de maneira mais reservada e conectada com a história e simplicidade da região.
Conhecer de perto a cultura Guarani, aprender sobre suas tradições e adquirir peças de artesanato autêntico.
Mergulhar na história visitando o Monumento Coluna Prestes e a Ponte Queimada, que trazem proporcionam uma conexão com o passado do Brasil.
Pescar no rio São Francisco
Falso em um dos braços do
Lago de Itaipu
Diamante do Oeste proporciona aos visitantes uma imersão cultural e natural ao abrigar duas aldeias indígenas guarani: a Tekoha Añetete e a Tekoha Itamarã. Essas comunidades são não apenas um espaço de vida e resistência cultural, mas também destinos que recebem turistas em busca de experiências autênticas e de aprendizado.
A Tekoha Añetete, estabelecida no município em 1957, ocupa uma área de 1.780 hectares, situada a 15 km do centro. Essa área foi adquirida pela Itaipu Binacional em 1997, que, em parceria com outros órgãos e entidades, apoia a comunidade e colabora para preservar o modo de vida e as tradições guarani. Já a Tekoha Itamarã, fundada em 2007 em uma área de 242 hectares adquirida pela Funai, é outro importante centro de cultura e preservação ambiental.
Explorar a cachoeira nas aldeias Tekoha Añetete e Tekoha Itamarã é uma experiência de imersão na cultura Guarani e na natureza exuberante. O banho de cachoeira é uma das atividades favoritas dos visitantes, que podem aproveitar para se refrescar nas águas cristalinas cercadas pela vegetação nativa e pelos sons da natureza. Além da beleza natural, a visita oferece um mergulho na tradição Guarani, onde você encontra artesanato autêntico, trilhas que atravessam paisagens intocadas e a oportunidade de conhecer os moradores locais e suas histórias. É uma vivência profunda, que conecta cultura e natureza de forma única e autêntica.
Diamante do Oeste preserva um capítulo marcante da história do Brasil com dois marcos: o Monumento Coluna Prestes e a Ponte Queimada. O monumento presta homenagem ao movimento liderado por Luiz Carlos Prestes, a famosa Coluna Prestes, que percorreu grande parte do país na década de 1920, lutando contra o governo vigente e em busca de reformas sociais e políticas. O grupo de soldados enfrentou grandes desafios e deixou sua marca em diversas regiões, inclusive no oeste paranaense.
A Ponte Queimada, que fica próxima ao monumento, guarda um evento simbólico dessa marcha: a própria Coluna Prestes incendiou a ponte em 1925 para conter o avanço das tropas legalistas, lideradas pelo General Cândido Rondon, que buscavam capturar o grupo. Essa estratégia foi parte da resistência dos revoltosos, que usaram o conhecimento da geografia local para tentar escapar das forças do governo.
Produzido pela Revista Náutica, o Guia Lago de Itaipu apresenta as principais atrações turísticas e náuticas das 16 cidades ao redor do lago, promovendo o turismo, cultura e atividades como pesca e passeios de barco, com foco em explorar e valorizar a região oeste paranaense.
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