Foto: Secretaria Municipal de Turismo e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu

Um verdadeiro santuário ambiental

Itaipu tem 101 mil hectares de áreas protegidas, no Brasil e no
Paraguai, incluindo oito reservas e refúgios biológicos 

No início dos anos 1980, quando a questão ambiental ainda nem suscitava grande debates, a Itaipu Binacional enxergou que cuidar da natureza era um assunto muito importante. Não era simplesmente construir uma mega usina hidrelétrica e colocá-la para funcionar. Também deveria ser feita uma condição ambiental muito boa em volta.

Assim, já em 1979, a usina começou a implantar seu maior programa de reflorestamento, com o plantio, até 1981, de 1,3 milhão de mudas, a maioria de espécies nativas da Mata Atlântica. Além disso, antecipando o louvável conceito de sustentabilidade, a empresa binacional comprou não apenas a linha d’água (a área onde seria preenchida a represa), como mais cinco metros de curva de nível, na qual foi estabelecida a faixa de proteção do reservatório. Sem contar os 100 metros de obrigação legal de preservação. Ou seja, em alguns lugares, a faixa chega a 220 metros. 

A primeira área reflorestada foi o Refúgio Biológico Bela Vista, que ocupa uma área de 1.780 hectares e é considerada uma vitrine das ações ambientais da Itaipu. Laboratório vivo de fauna e flora, essa unidade de conservação ocupa uma área de 1.780 hectares, onde se pode avistar desde um veado-bororó até uma harpia, uma das aves de rapina mais poderosas do mundo, que encontra abrigo na Itaipu. Depois viriam o Refúgio de Santa Helena e o Parque de Maracaju, este, localizado entre Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, e a paraguaia Salto del Guairá. Os refúgios nasceram da necessidade de abrigar os animais resgatados durante a formação do lago, numa operação chamada Mymba-Kuera. Nessa espécie de arca de Noé, a bordo de 20 barcos, foram resgatados macacos, cobras, tatus, lagartos, gatos-do-mato, furões, quatis e jaguatiricas. 

Foto: Jorge de Souza

O melhor de tudo é que existe uma conexão entre essas unidades com o Parque Nacional do Iguaçu, por onde a fauna se desloca. Atualmente, a áreas protegidas no Brasil e no Paraguai somam 101 mil hectares, divididas entre categorias de conservação, reservas e refúgios biológicos e proteção permanente (APP). As áreas de conservação abrigam 60 espécies da fauna e 188 da flora e são reconhecidas pela Unesco como zonas de reserva da biosfera, o nível mais alto de proteção.